MONTEIRO LOBATO, ÍCONE DA LITERATURA INFANTIL, E A QUESTÃO ANTIRRACISTA

** Profa. Dra. Célia Cristina de Figueiredo Cassiano

Um país se faz com Homens e livros.

Monteiro Lobato (1882-1948).

A frase acima, publicada no livro América, em 1932, ficou permanentemente associada a Monteiro Lobato, nascido em Taubaté/ SP, em 18 de abril 1882, mas foi principalmente por meio da sua obra infantil que a data de seu nascimento foi instituída como o Dia Nacional do Livro Infantil, pela Lei 10.402, de 08/01/2002.

CRIADOR E CRIATURAS: Monteiro Lobato e uma nova ilustração da turma do ‘Sítio do Picapau Amarelo’: Tia Nastácia empoderada e texto reformulado em versão modernizada da obra do autor – (Rafael Sam/.)
Fonte: https://veja.abril.com.br/cultura/obras-de-monteiro-lobato-passam-por-atualizacao-apos-acusacoes-de-racismo. Acesso em 05/07/2023.

Apesar de o autor ter realmente inovado na literatura infantil brasileira, com o lançamento de sua obra A menina do narizinho arrebitado, em 1920, que encantaria o público infantil por ter uma linguagem inovadora para as crianças, inédita no país, há um debate que se acirra, principalmente a partir dos anos 2000, sobre o racismo nas obras do autor e sobre suas ideias eugenistas.

Assim, o objetivo deste texto é apresentar brevemente alguns tópicos sobre Monteiro Lobato, literatura e a questão antirracista, que possam oportunizar ao leitor uma ampliação do olhar sobre tais questões. Tal temática tem vasta literatura, mas também acompanha a minha própria trajetória pessoal, profissional e acadêmica; primeiramente como leitora voraz, inclusive da obra do autor, na infância; posteriormente como profissional do mercado editorial e da Educação e, por fim, como pesquisadora desse mercado editorial brasileiro e do livro na escola.

Por conta de minha pesquisa na área do mercado editorial brasileiro, em 2014 fui convidada para mediar uma mesa no X Fórum de Editoração, organizado por estudantes do curso de Editoração da Escola de Comunicação e Artes/ECA da Universidade de São Paulo/USP, cujo tema foi “Aberto para Edição: como incorporar novas ideias”, ocorrido na tradicional Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo. Minha mediação deu-se na mesa sobre “limites do mercado: as dificuldades que uma editora pode enfrentar para publicar assuntos polêmicos, literatura de nicho e clássicos e quais instâncias regulam o conteúdo dos livros lançados”.

Desse contexto quero apenas retomar um fato que ilustra bem a tônica da forte polêmica que envolve Monteiro Lobato e que têm dividido opiniões. Nossa mesa foi composta, entre outros profissionais da Educação e do mercado do livro, pela Profa. Marcia Camargos, que é coautora do competente livro “Monteiro Lobato: furacão de Botocúndia” (Azevedo, Camargos & Sachetta; 1998).

Após a apresentação da palestrante, surgiu a questão do racismo na obra de Lobato e durante a discussão, uma jovem do público (que era composto em grande parte por alunos da ECA e profissionais do mercado editorial) levantou-se no meio do auditório da Biblioteca Mário de Andrade (que estava lotado) e começou a gritar “racista, racista… Monteiro Lobato é racista!”. Posteriormente, tal jovem saiu correndo e continuou a gritar sobre o racismo em Monteiro Lobato. O público e os membros da mesa ficaram impactados, mas as discussões continuaram sendo que, entre outras considerações, foi contraposto à reação apaixonada da jovem o argumento acerca de que o momento histórico do autor deveria ser considerado. Tal evento me instigou a conhecer melhor tal debate, uma vez que eu também já havia escrito sobre o autor como editor (Cassiano, 2013).

Produções literárias e posicionamentos de Monteiro Lobato, o movimento antirracista e os diferentes olhares sobre a questão

Fonte: Rosária Grazielle, 23/05/2016. In: https://karamelada.wordpress.com/2016/05/23/o-mundo-de-monteiro-lobato-2-parte/. Acesso em 05/07/2023. (Texto adaptado).

Como já se disse, Monteiro Lobato é um autor debatido e lembrado de modo recorrente por diferentes instâncias de sua obra e de sua vida, sendo por vezes aclamado e, por vezes, hostilizado. Assim, sua obra literária, seus personagens do Sítio do Picapau amarelo, no caso da literatura infantil e a caricatura do sertanejo brasileiro, com a figura do Jeca Tatu, por exemplo; bem como suas ideias conservadoras como a arrebatadora crítica à exposição da modernista Anita Malfatti (em 1917) são exemplos de sua constante capacidade de impactar, mesmo após sua morte, em 1948.

Além das obras infantis já mencionadas, Lobato escreveu outras obras literárias, sendo que algumas também foram alvo de polêmicas. Entre suas obras adultas podemos citar Negrinha, Cidades Mortas, O presidente negro (1ª edição com o título “O Choque das Raças”, sendo que nesta obra pode-se ler frases como “No Brasil, graças à mestiçagem, “dentro de cem ou 200 anos terá desaparecido o nosso negro”), Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo, em que se posiciona totalmente favorável à exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.

Imagem de Anita Malfatti e sua Pintura Homem Amarelo, de 1922.
 Fonte: https://www.estudopratico.com.br/biografia-de-anita-malfatti/. Acesso em 05/07/2023 (Texto adaptado).

No seu percurso, Lobato teve várias atividades, foi bacharel em Direito, promotor público, dono de fazenda e produtor, articulista de jornais e revistas, tradutor e editor, entre outras. Chama a atenção a criação da “Cia. Gráfico-Editora Monteiro Lobato” que vai à falência em 1925 por circunstâncias econômicas dos anos 1920, mas imediatamente funda a “Companhia Editora Nacional”, juntamente com o editor Octalles Marcondes Ferreira. Como editor, Lobato também inovou nas estratégias editoriais e leva os livros infantis às escolas, de modo a iniciar o desenvolvimento de políticas de leitura, que não eram comuns na época. Em 1921 o autor editou 50.500 livros com o título “Narizinho arrebitado” e distribuiu gratuitamente vários exemplares para os grupos e escolas, além de anunciá-los na imprensa. Esse foi o mote para que o então presidente do Estado de São Paulo (correlato a governador) Washington Luís, ao percorrer a rede de ensino com seu secretário de interior, Alarico da Silveira, surpreender-se com um livro “sujinho e surrado” que a crianças gostavam. Solicitou que fossem comprados exemplares para todos os grupos escolares. Dias depois, o almoxarifado do Estado estava abarrotado com trinta mil exemplares de Narizinho. “Uma avalanche nasal”, como brincou Lobato (Cassiano, 2013, p. 252).

Capa do livro: Caçadas de Pedrinho. Fonte: https://capasdelivrosbrasil.blogspot.com/2014/02/cacadas-de-pedrinho-monteiro-lobato.html. Acesso em 05/07/2023.

Observe-se que as obras de Lobato serão compradas e distribuídas para as escolas públicas brasileiras de modo recorrente, sendo que nos anos 2000 passam a ser adquiridas por meio do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), criado em 1997, do Ministério da Educação. Nos anos 2010 a compra do livro “Caçadas de Pedrinho” (publicado em 1933) virou demanda judicial iniciada pelo movimento negro, que apontou elementos racistas no texto. Tal debate foi acirrado após a matéria “Monteiro Lobato e o racismo”, publicada na Revista Bravo! (maio, 2011). Nessa revista, entre outras considerações, são reproduzidos trechos do livro, que relata a caçada a uma onça que está rondando o sítio: “É guerra e das boas, não vai escapar ninguém, nem tia Nastácia, que tem cara preta”. Outro trecho: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro”.

De fato, somente os trechos anteriormente mencionados já demandariam questionamentos sobre a adequação da obra à escola básica em um país com desigualdades raciais gritantes.

Encontramos essas informações em vários meios, mas vale salientar que no portal Geledés- Instituto da Mulher Negra, foi produzido um dossiê sobre o autor consolidando posição sobre os livros de Lobato, que podem estigmatizar negros e negras, a saber: Dossiê sobre Monteiro Lobato (https://www.geledes.org.br/educacao/dossie-monteiro-lobato/).

Inclusive, nesse portal é apresentada de modo pormenorizado a demanda judicial, iniciada nos anos 2010, que dura mais de uma década, com o pedido do Instituto de Advocacia Racial (Iara), levado ao Supremo Tribunal Federal no qual se discutia a retirada do livro Caçadas de Pedrinho da compra governamental do PNBE, por conter elementos racistas. Em 2014, o ministro Luiz Fux, do STF, julgou improcedente tal pedido, mas a demanda continuou.

Nesse processo, é importante salientar a relevância da iniciativa do prof. Antônio Gomes da Costa Neto, em 2010, que era técnico em gestão educacional da Secretaria do Estado da Educação do Distrito Federal e foi o autor da denúncia inicial ao Conselho Nacional de Educação- CNE sobre a existência de trechos racistas na obra Caçadas de Pedrinho, de Lobato, visto que o livro integrara as compras do PNBE em 1998 e em 2003.  Tal iniciativa colocou a temática em pauta e, posteriormente, ensejou a demanda judicial já mencionada, encabeçada também pelo Instituto de Advocacia racial (Iara).

Vale, ainda, salientar que na matéria da revista Bravo! também foi apresentada uma carta de Lobato enviada a Arthur Neiva, em 10 de abril de 1928, também reproduzida pela revista Carta Capital, em que podem ser visualizadas ideias eugenistas, inclusive com defesa da Ku Klux Klan:

“País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Kux-Klan (sic), é país perdido para altos destinos […] Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca — mulatinho fazendo jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva”.

Certamente, há de se considerar o conjunto da obra do autor, mas as leis federais 10.639/2003 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas públicas e privadas, dos Ensinos Fundamental e Médio trazem novas propostas à educação básica brasileira, inclusive considerando a questão antirracista.

No artigo “Pode ser chato saber disso, mas Monteiro Lobato era de um racismo delirante”, publicado no jornal Folha de S. Paulo, em janeiro de 2021, Marcelo Coelho considera que “Não é o caso de censurar seus livros infantis, mas também não há escândalo em adaptá-los como se faz com ‘Moby Dick’”.

Marisa Lajolo,  professora da Unicamp e do Mackenzie, que tem significativa produção sobre vida e obra do autor, que já ganhou dois prêmios Jabuti, tradicional da literatura brasileira, inclusive com obra sobre o autor (“Monteiro Lobato: Livro a Livro” em 2009 e anteriormente, em 1994, com “Do mundo da leitura para a leitura do mundo”),  no artigo “ As batalhas de Lobato” (Santos, 2019) afirma que a polêmica sobre o racismo na obra de Lobato é — “muito” — oportuna. E, completa a estudiosa, que a discussão pode e deve estender-se para toda a literatura. “Penso que vale a pena discutir o racismo na tradição literária brasileira. Qual a identidade negra que a literatura construiu, construía e constrói? Que sentimento esta identidade gera em negros e em não negros? Repulsa? Solidariedade?”, questiona Marisa, que também é organizadora da reunião da obra infantil e adulta de Lobato.” Ao justificar o seu discurso, a pesquisadora recorre ao próprio Caçadas de Pedrinho, livro que Lobato publicou em 1933. Na cena final, Tia Nastácia reivindica seu direito ao passeio no carrinho puxado por Quindim: “(…) agora chegou minha vez. Negro também é gente, Sinhá…”. Lajolo complementa: “Gosto de pensar no protagonismo de Tia Nastácia nesta cena”, pontua Marisa.

Dentre inúmeros posicionamentos sobre a questão, destacamos também o texto “Monteiro Lobato da minha infância: Cresci sentindo imensa compaixão por Tia Nástácia” publicado na revista Piauí (janeiro/2021), que reflete a posição do igualmente premiado escritor baiano Itamar Vieira Jr. (prêmio Jabuti, em 2020), autor do necessário romance “Torto Arado”. Vejamos um trecho:

“(…) É impossível dissociar o escritor de sua obra, até mesmo porque o eugenismo do homem Lobato se reflete na sua literatura. Também é impossível imaginar como Lobato – figura contraditória, que editou Lima Barreto, um autor negro, quando ninguém mais queria fazê-lo –, reagiria à leitura de seus próprios textos nos dias de hoje. A reedição de Narizinho Arrebitado, com a retirada de trechos racistas, não apaga a marca do preconceito na obra de Lobato, como o que está registrado em sua correspondência pessoal sobre a decepção com o fato de seu livro O Presidente Negro, por ser considerado racista, não ter encontrado editor nos Estados Unidos, onde o escritor era adido cultural: “[Eu] devia ter vindo no tempo em que eles linchavam os negros.” Mesmo assim, não defendo qualquer censura à sua obra. Ela deve continuar disponível para ser lida como exemplo de uma época e de um país onde ainda precisamos lidar com a chaga do racismo.”

Considerações finais

Em 2019 toda a obra de Monteiro Lobato entrou em domínio público, o que estimulou várias editoras a republicarem seus livros, de modo individual ou a coleção inteira de seus textos, inclusive porque em 2020 o primeiro livro infantil de Monteiro Lobato “A menina do narizinho arrebitado”, completou 100 anos e esse foi o mote para tais reedições, no ensejo de homenagear o autor.  Com essa série de reedições, o debate sobre o racismo na obra do autor, bem como a exclusão de termos racistas em novas edições de sua obra, foi retomado, dado que muitas dessas reedições foram adaptadas.

Nesse sentido, reproduzo trecho de Cleo Monteiro Lobato, bisneta do autor que escreveu à revista VEJA (2020) sobre o processo de revisão dos livros do Sítio do Picapau Amarelo, mas recomendo que leiam a matéria na íntegra:

(…) Eu acreditava no mito de que no Brasil não existia preconceito racial, que somente existia preconceito econômico. Mas hoje entendo que o fim da escravidão e a parca incorporação do negro à sociedade resultaram em um cenário propício ao racismo estrutural, além da desigualdade econômica e educacional. E foi nesse contexto social de debate que, em 2019, as obras de Lobato caíram em domínio público e diversas editoras e escritores resolveram editá-lo. A discussão de adaptar sua obra tomou vulto, e as acusações de racismo se multiplicaram.
(…) Entre 2000 e 2010 houve uma ação contra o livro Caçadas de Pedrinho, em que o acusavam de ser racista. Ação esta que resultou na decisão de colocar em catálogo que o livro deveria ser mediado por um adulto. Ao reler os livros, concordei com a decisão. As obras infantis de Lobato contêm expressões, frases e descrições que não podem passar, mas que servem para a abrir a discussão sobre o preconceito, entre outros temas. Não há mais espaço para piadas racistas, homofóbicas ou misoginistas. Para mim, não adiantava mais dizer apenas que eu não era racista, eu precisava me posicionar como antirracista. Por isso decidi manter o legado de Lobato vivo, e atualizá-lo para as próximas gerações.

Certamente, muito mais poderia ser escrito sobre Lobato, mas acredito que a fala de sua própria bisneta suscita boas reflexões sobre o trabalho com sua obra na escola.

Nesse sentido, em vários eventos que participei houve indagações, principalmente dos(as) professores(as), acerca de minha posição sobre a questão. Confesso que apesar de ter sido leitora contumaz da obra de Lobato na infância, não cheguei a trabalhar com suas obras quando dei aula para o 5º ano, nos anos 1990 (na escola Experimental da Lapa, famosa em São Paulo, na época e que atualmente corresponderia ao 6º ano do Ensino Fundamental II), porém, trabalhei com o autor nos Ensinos Médio e Superior, quando estudamos o pré-modernismo, por exemplo.

De qualquer forma uma certeza eu tenho: há de se conhecer a obra que se leva para a sala de aula e, principalmente, levar em conta que as  leis federais 10.639/2003 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas públicas e privadas, dos Ensinos Fundamental e Médio, trazem novas propostas ao ensino, inclusive considerando a questão antirracista, como já foi mencionado e, fortuitamente, há um movimento negro que não nos deixa esquecer disso, sendo necessário políticas públicas de formação dos(as) docentes para este necessário trabalho pedagógico de formação do leitor literário brasileiro.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, L. C. L, CAMARGO, M., SACHETTA, V. Monteiro Lobato: Furacão de Botocúndia. São Paulo: SENAC, 1998.

CASSIANO, Célia Cristina de F. Mercado do livro didático no Brasil. São Paulo: Unesp. 2013.

COELHO, Marcelo. Pode ser chato saber disso, mas Monteiro Lobato era de um racismo delirante. Jornal Folha de S. Paulo, edição de 21/01/2021. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelocoelho/2021/01/pode-ser-chato-saber-disso-mas-monteiro-lobato-era-de-um-racismo-delirante.shtml> Acesso em: 05 jun. 2023.

DIAS, Maurício. Monteiro Lobato, racista empedernido. Carta Capital. (Edição de 17/5/2013).

DOSSIÊ SOBRE MONTEIRO LOBATO. Site Geledés. Disponível em <https://www.geledes.org.br/educacao/dossie-monteiro-lobato/> Acesso em 02 jul.2023

ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. Monteiro Lobato. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa59/monteiro-lobato. Acesso em: 30 mar. 2023.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2000.

LAJOLO, Marisa. Monteiro Lobato: Um brasileiro sob medida. Moderna, 2000.

LOBATO, Monteiro. Caçadas de Pedrinho. São Paulo: Globo, 2012.

LOBATO, Monteiro. “Paranoia ou mistificação”. O Estado de S. Paulo, 20/12/1917. Disponível em: www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/educativo/paranoia.html Acesso em: 20 jun. 2002.

LOBATO, Monteiro. Urupês. São Paulo: Globo, 2009.

LOBATO, Monteiro. O Presidente Negro. São Paulo: Globo, 2009.

LOBATO, Cleo Monteiro. Obras de Monteiro Lobato passam por atualização após acusações de racismo. Revista Veja, edição 2715; atualizada 8/12/2020; publicado em 27/11/2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/cultura/obras-de-monteiro-lobato-passam-por-atualizacao-apos-acusacoes-de-racismo/ Acesso em 01 jun.2023.

PASSIANI, E. Na trilha do Jeca. Bauru/ SP: Edusc, 2003.

SANTOS, M.R. As batalhas de Lobato. Jornal da Biblioteca do Paraná. Disponível em: https://www.bpp.pr.gov.br/sites/biblioteca/arquivos_restritos/files/migrados/File/Candido_75_grafica_FINAL.pdf Acesso em 4 jul. 2023.

REVISTA BRAVO, edição 165, maio de 2011. “Monteiro Lobato e o racismo”.

VIEIRA JR, Itamar. Monteiro Lobato da minha infância/ Cresci sentindo imensa compaixão por Tia Nástácia. São Paulo: Revista Piauí, edição 172, de janeiro/2021.

** Profa. Dra. Célia Cristina de Figueiredo Cassiano é Doutora e Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), pós-graduada em Teoria e Técnicas da Comunicação, pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero e Bacharel e licenciada em Letras (PUCSP). Na década de 1990 atuou na Editora Abril e na Editora Moderna. A partir dos anos 2000 passou a atuar na Educação, em diversos cargos: gestão (Direção de Escola e da Uniceu- Universidade do CEU/ Secretaria Municipal de Educação de São Paulo -SMESP); na docência nos ensinos fundamental, médio e superior e na formação de professores de modo presencial e em EAD (Língua Portuguesa, Currículo e Didática), atuando principalmente nos seguintes temas: Políticas Públicas em Educação, Estrutura e funcionamento da Educação Básica, Currículo, Livro didático e Metodologia e Ensino de Língua Portuguesa. É autora do livro “Mercado do livro didático no Brasil”, pela Editora Unesp e de vários artigos vinculados à temática e sobre gestão escolar.
Contato: f.cassiano@uol.com.br

4 comentários em “MONTEIRO LOBATO, ÍCONE DA LITERATURA INFANTIL, E A QUESTÃO ANTIRRACISTA

  1. Excelente artigo sobre uma questão muito difícil. Todos os argumentos contra o racismo são válidos, mas como simplesmente eliminar uma obra de arte, descontextualizando a mesma? Talvez criando uma indicação de idade para leitura e discussão? E retirando-a da faixa para a qual foi produzida?

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  2. Excelente artigo, parabéns a Prof. Célia.Monteiro Lobato, um renomado escritor brasileiro, é conhecido por suas obras infantis, mas também há traços de racismo em suas narrativas como muito bem apresentado no artigo da Prof. Célia Cassiano. Ao abordar esse tema com os alunos, é essencial adotar uma abordagem crítica e contextualizada, explicando que Lobato viveu em uma época em que o racismo era comum. Os alunos devem refletir sobre as representações negativas presentes nas obras, questionar estereótipos e compreender seu impacto na perpetuação de preconceitos. É importante explorar e valorizar obras da literatura brasileira mais inclusivas, com autores e personagens negros protagonistas. Essa discussão pode ser um ponto de partida para debates sobre diversidade, inclusão e respeito, promovendo uma educação antirracista e consciente.

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  3. Olá Flávia! Agradecemos por registrar seu comentário. De fato, se faz necessário que tenhamos sempre o cuidado de analisar criticamente uma obra literária. Deixo aqui o convite para nos acompanhar, quinzenalmente, com artigos escritos por membros do Grupo de Pesquisa Educação em Direitos Humanos da UFABC.
    Abraços,
    Profa. Silmar Leila.

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