Texto Fernanda Morena
Sabe aqueles dias onde tudo começa a dar errado? Pois é, isso também acontece nas serenatas.
Essa história aconteceu em um sábado, o grupo Serenata & Cia foi contratado por uma cliente, que também trabalha com casamentos para fazer uma participação especial no casamento de dois rapazes, na verdade, era uma surpresa de um dos noivos para o outro, estava tudo certo e o sábado finalmente chegou!!


E lá foram Fredi Jon e a cantora rumo a Mairiporã. Estavam ainda no bairro do Butantã quando foram parados de forma inusitada por um grupo de idosos de uma casa de repouso que faziam um passeio de bicicleta.
Fredi Jon olhou para o relógio, ainda tinham tempo, então ele esperou pacientemente que os dez velhinhos passassem, minutos depois, nosso seresteiro conseguiu seguir viagem. Tudo ia bem até que chegaram à Marginais Pinheiros, de repente o trânsito simplesmente parou, passava pouco do meio dia de um sábado e de onde saiu tanto carro minha gente????? E lá se foram mais vinte minutos perdidos no trânsito, quando conseguiu sair do congestionamento, nosso seresteiro respirou aliviado, ainda estavam com tempo. Perto da metade do caminho Fredi olhou para trás e perguntou para a cantora se o violão estava no banco, ela olhou e disse:
— Não, você deve ter colocado no porta malas!
Ele com os olhos arregalados disse pra ela que achava que tinha esquecido de pegar o instrumento, Fredi deu um jeito de parar o carro correu para trás e a verdade se revelou. O violão não estava lá, nosso seresteiro soltou um palavrão e voltou desesperado para o carro. Não dava tempo de voltar e buscar o instrumento, ele pensou em tudo, em parar em alguma igreja e pedir um violão emprestado, alugar um instrumento em alguma loja ou até quem sabe comprar de alguém que estivesse tocando na rua, até que se lembrou do Mário, um amigo palhaço de longa data de nosso seresteiro. Ligou pro palhaço, e o telefone toca, toca, e toca novamente e nada, mas Fredi Jon é persistente e liga novamente e “Aleluia” ele atendeu, Fredi não perde tempo e pergunta se o palhaço por acaso tinha um violão e perguntou se ele podia emprestar, o palhaço disse que sim, só precisava confirmar se a mulher ainda estava em casa, pois ia sair com as crianças para a festa junina da escola, ele ia ligar para casa e já retornaria.
Olha, não demorou nem um minuto, mas pareceu uma eternidade, quando o palhaço retornou: — Fredi, minha mulher está atrasada e já vai sair, mas eu pedi pra deixar o violão na casa da senhorinha que mora ao lado, pode tocar lá que ela já tá avisada.



Fredi voou pra casa do palhaço, ou melhor, tentou, pois, todos os faróis de repente resolveram ficar no vermelho e como já disse Cazuza, o tempo não para, não para mesmo minha gente!
E sobe rua, desce rua, entra em viela, sai de viela, e cadê a casa do palhaço?
Enfim chegamos!!!
Fredi correu para tocar a campainha da vizinha, e lá longe ouve uma vozinha fina: — Quem é??
Ele responde: — O rapaz que veio buscar o violão.
E lá veio a velhinha descendo as escadas, bem, mas bem devagarinho mesmo!!!
Fredi Jon pegou o violão e correu, correu mesmo, parecia um doido, dava até pra ouvir o Galvão Bueno gritando Ayrtoooon Senna do Brasillllll…

Eles tinham menos de meia hora pra chegar, nas paradas entre um farol e outro, Fredi afinava o violão, porque estava parado há muito tempo, com cordas velhas e até um pouco embolorado. Nossa produtora que estava alérgica, piorou depois de pegar o violão e tira-lo da capa, até que algo inusitado aconteceu:
Uma carroça minha gente, sim uma carroça sendo puxada por um cavalo no meio da cidade, e o pior o cavalo estava empacado, nosso seresteiro desesperado dentro do carro, já estava xingando todo mundo meteu a mão na buzina até que o cavalo se assustou e saiu em desesperada carreira, Fredi não pensou duas vezes fez a mesma coisa só que para o outro lado, e dá-lhe pé no acelerador, e deu certo minha gente, a trupe chegou em cima da hora, mas chegou. Deu até tempo de todos correrem para o banheiro, afinal o estresse não poupou ninguém.
A homenagem do noivo foi muito emocionante, ninguém ali imaginava todo o perrengue que nossos músicos haviam passado, e o violão do palhaço, apesar de não estar sendo usado, deu conta do recado direitinho. Missão cumprida, trabalho entregue, agora temos que devolver o violão do Mário e correr para serenata seguinte, ah, mas isso dá outra história hein…
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