Jambo Comunicação
Há 40 anos a fotógrafa paraense vem registrando as diferenças da região criando um mosaico tão diverso quanto o próprio cenário das imagens.
Nascida em Belém do Pará, em 1952, Elza Lima começou a fotografar ainda no início da década de 80 – chega, no ano que vem, aos 40 anos de profissão – e é considerada uma das fotógrafas mais inventivas e originais do Brasil. A Amazônia, para além do lugar onde nasceu, é também o cenário que ela escolheu para fotografar, com todas as suas paisagens e personagens únicas. Na obra de Elza é possível visualizar o ribeirinho, o caboclo, a criança amazônida e toda a imensidão da cultura popular que emana dessa região tão diferenciada do restante do País.

Para Elza, fotografar a Amazônia representa, também, a chance de resgatar os sonhos da menina que foi criada pelos avós Luzia e Justino, com quem aprendeu a gostar de literatura, música e mitologia. Já adulta e mãe, decidiu dar os primeiros passos na linguagem fotográfica a partir da Fotoativa, do mestre Miguel Chikaoka. A ideia era eternizar momentos com as filhas ainda pequenas. Em 1985, numa ação da Funarte na capital paraense, apresentou as primeiras fotos ao público.
Foi também em 1985 que Elza começou a trabalhar na Secretaria de Estado de Cultura, onde acredita, de fato, que mergulhou na cultura da Amazônia e teve o desejo de fotografá-la ainda mais de perto.
Elza considera a fotografia uma construção que, nem sempre, está clara à primeira vista. É preciso procurá-la, inclusive na imaginação, capacidade que, acredita, desenvolveu desde criança, a partir dos estímulos propiciados pelos avós. É também isso que busca ao retratar a Amazônia, lugar rico de imagética, aponta ela.
Para a fotógrafa, ser a artista homenageada pela Bienal das Amazônias é também uma forma de reconhecer e premiar a todas as mulheres que decidiram, de alguma forma, se enfronhar na tarefa de desnudar a região, em seus aspectos reais e imaginários. “Eu estou muito tocada com essa homenagem, primeiro pela minha própria condição feminina. É muito importante poder receber um reconhecimento como esse em um país no qual, muitas vezes, a mulher é deixada de lado. Creio que é uma homenagem não só a mim, mas a todas as mulheres que atuam no Brasil, representadas no meu trabalho. É importante também porque a Bienal vai abranger desde o início do meu percurso fotográfico até hoje, ou seja, há fotos que fiz no ano passado e neste ano também. É uma visão dos meus 40 anos de profissão, por isso, estou muito tocada, muito sensibilizada, pelo fato de as pessoas lembrarem desses 40 anos de trabalho na Amazônia e, por isso, gostaria de levar comigo todas as mulheres fotógrafas que retratam o seu próprio canto”, destaca.
Sobre a Bienal das Amazônias
Em sua primeira edição, a Bienal das Amazônias tem como tema “Bubuia: Águas como Fonte de Imaginações e Desejos” e abrirá ao público no dia 4 de agosto e estender-se-á até novembro. Criada com a proposta de despertar a reflexão sobre como se faz arte na região sem estereótipos, a nova instituição de arte ao Sul global reunirá mais de 120 artistas/coletivos de oito países da Pan-Amazônia, além da Guiana Francesa. Do Brasil, estarão presentes representantes dos nove Estados da Amazônia Legal.
Quebra de paradigmas — O local da Bienal não poderia ser mais simbólico ao que essa nova instituição se propõe desde sua nascente e ocorrerá em um espaço que já foi a maior loja de departamentos de seu tempo: quatros pavimentos
e 7,6 mil metros quadrados, no centro comercial da capital paraense. Esses espaços, outrora ocupados com roupas, alimentos e eletrodomésticos, agora serão cenário da arte produzida por 115 artistas, entre convidados ou selecionados pelo corpo curatorial Sapukai, por meio de edital.
Durante três meses, o público terá uma amostra do que se faz de arte na Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana, Guiana Francesa e Brasil (Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, para além de outros estados brasileiros), unidades de um todo, da Pan-Amazônia.
A escolha do espaço, diverso dos habituais museus e galerias e o foco nos artistas das Amazônias, é parte da estratégia incorporada pela Bienal de romper com os “usuais” modos de fazer arte, considerando métodos, estética, materiais, espaços e narrativas.
A expectativa é que a médio e longo prazo, a instituição possa fortalecer e dinamizar as metodologias amazônicas no que tange às produções simbólica e artística. Uma das metas é impulsionar o intercâmbio entre criadores e espectadores de todos os países e
Estados que compõe a região, bem como as demais regiões do mundo, em especial o Sul Global.
Projeto realizado por meio da Lei de Incentivo Federal à Cultura Rouanet.
Patrocínio Master: @institutoculturalvale
Patrocínio: @mercadolivre
Apoio Institucional: Embaixada da França no Brasil, Goethe Institut, Instituto Francês, British Council, Sistema Integrado de Museus e Memoriais do Pará, Secretaria de Cultura do Pará, Governo do Estado do Pará, Fundação Cultural do Munícipio de Belém, Prefeitura de Belém, Museu da UFPA, Universidade Federal do Pará, Fadesp, Instituto Peabiru.
Apoio: Prosas, Jurunense, Eletrotransol Tecnologia, Design da Luz Iluminação e Projeto.
Transportadora oficial: Art Quality
Realização: Bienal das Amazônias, Apneia Cultural, Secretaria Especial da Cultura, Governo Federal.
SERVIÇO:
Rua Senador Manoel Barata, 400. Comércio | Belém | Pará | Amazônia
4 de agosto a 5 de novembro
Aberto ao público, de terça à sexta, das 9h30 às 19h;
aos sábados, de 11h às 20h, e aos domingo de 11h às 18h.
