
Dona Olinda, uma senhora bonachona e mãe de seis filhos, estava completando oitenta anos e era apaixonada por serenatas. Suas duas filhas resolveram fazer uma surpresa, mas havia um probleminha: o dia do aniversário era 30 de junho de 2002, data da final da Copa do Mundo. Nosso seresteiro nunca se interessou muito por futebol, então tudo certo nesse ponto, mas sabia que seria uma missão árdua e delicada.
No dia trinta, Fredi Jon e a cantora estavam em frente à casa de Dona Olinda, apenas observando o movimento. As filhas estavam meio histéricas, já que a casa estava lotada. Estavam lá os seis filhos, seus respectivos companheiros(as) e doze netos. Todo mundo super animado, era quase impossível fazer aquele povo ficar em silêncio.
Foi aí que nosso seresteiro teve a ideia:
— Vamos entrar no intervalo! Com essa bagunça, é impossível alguém ouvir alguma coisa. Vamos tentar essa estratégia e torcer pelo Brasil, quer dizer, por nós! (risos)
E assim foi feito. O juiz apitou e a dupla entrou em cena. Foi aquele alvoroço! Dona Olinda chorava de emoção, os netos cantaram uma das músicas junto com os seresteiros, até que… o jogo recomeçou e faltavam duas músicas. Eles continuaram cantando, mas a família da senhorinha não dava trégua; era uma gritaria danada! Só pela misericórdia mesmo! A mulher levantou indignada, foi até o quadro de luz e desligou a chave geral, gritando:
— Enquanto o moço não terminar minha serenata, ninguém vai ver essa porcaria de jogo!
E foi isso mesmo que aconteceu. Terminou a serenata e já estávamos saindo quando um dos garotos gritou:
— É pentaaaa!
A mulher não pensou duas vezes, tirou um dos chinelos e tacou na cabeça do menino.
Eita, velhinha porreta!
É, pessoal, a serenata também entra em campo, só que nem sempre o jogo é fácil! (risos)
Texto Fernanda Morena. Outras histórias você encontra no MINUTO Serenata disponível no site: serenataecia.com.br e no YouTube.
Pausa para um Quadrinho


