Mário, o mesmo amigo palhaço que nos salvou em uma serenata recentemente, onde esquecemos o violão, havia, há tempos atrás, pedido uma serenata em um condomínio na Água Fria, em SP, para o aniversário de Patricia, uma jovem de 18 anos, a pedido de sua mãe. O espaço estava todo decorado com os motivos da festa temática, e os amigos de Patricia estavam agitados ao som da balada que Mário promovia na noite em que era DJ. A mãe de Patricia estava animada com a serenata que a filha iria receber, depois de ter escolhido todas as canções e a linda mensagem preparada especialmente para ela

Estávamos esperando do lado de fora o momento certo de surpreender a jovem e os convidados quando recebemos a notícia de que Patricia estava muito agitada e pensava em sair pela outra porta do salão. Isso mesmo, pessoal! Patricia havia nos visto e se recusou a receber a serenata. Simplesmente abandonou sua festa e os amigos, desceu até o estacionamento subterrâneo, roubou o carro da mãe e não voltou. Ficamos esperando por mais 15 minutos. Sua mãe, muito desolada, acertou conosco a serenata que não aconteceu, se desculpou pelo ocorrido e voltou para o salão. Para nós, também ficou uma estranha sensação de dever não cumprido.

Passados alguns meses, o amigo palhaço nos contatou novamente a pedido de Patricia, a jovem fujona. É isso mesmo, pessoal! Ela havia se sentido muito mal com sua reação e resolveu devolver o presente no dia do aniversário de sua mãe.

No horário marcado, lá estávamos em dueto novamente, igualzinho à outra vez, parabenizando Dona Marina pela sua data, sem sequer imaginar quem havia lhe mandado a serenata. Ela se emocionou muito com as canções que Patricia selecionou para ela, e, no momento de revelarmos quem havia mandado a serenata, eis que Patricia entra pela porta do salão, a mesma que antes havia abandonado, com um lindo buquê de rosas e lendo sua própria mensagem, dizendo:

“Oi, mãe! Parabéns pela linda data de hoje e me desculpe por ter sido tão infantil. Abandonei os amigos e a senhora no meu aniversário, mas reconheci que o melhor presente que podemos dar a alguém é mostrar em vida o amor que temos e que dividimos com todos que amamos. Perdão por ser tão egoísta e impulsiva. A reflexão foi importante para que hoje eu esteja aqui e cante, desta vez, o meu amor pela senhora. Felicidades sempre, e é com todas as letras que eu lhe digo: EU TE AMO!” (puxando um cartaz de dentro de uma sacola embaixo da mesa do bolo).

Pois é, pessoal, o tempo faz milagres que também nos surpreendem.

Texto Fredi Jon. Outras histórias você encontra no MINUTO Serenata disponível no site: serenataecia.com.br e no YouTube.

Pausa para um Quadrinho