
Dona Matilde, já cliente da serenata há muitos anos, havia presenteado praticamente toda a família com o evento musical. Até no velório do marido, ela chamou Fredi Jon para cantar as músicas de Adoniran Barbosa, já que esse era o cantor favorito do falecido. Para Dona Matilde, nunca houve tempo ruim.
No auge de seus 68 anos e viúva há 4, ela resolveu que queria conhecer pessoas novas, então começou a frequentar os bailinhos da terceira idade na região da Vila Madalena. Foi em um deles que nossa cliente conheceu Antônio.
A senhorinha queria impressionar seu paquera e combinou com Fredi uma homenagem para ele no meio do baile. Só havia uma condição: ela não queria que dissessem quem estava oferecendo a serenata.

Assim foi feito. A trupe partiu em trio para a Vila Madalena no dia marcado. A serenata rolou normalmente, e seu Antônio estava todo orgulhoso, enquanto Dona Matilde acompanhava tudo, já emocionada em um cantinho do salão. No final da apresentação, ele queria muito saber quem tinha oferecido o presente, e nosso seresteiro explicou que era um segredo.
Foi então que duas senhoras, praticamente ao mesmo tempo, pularam na frente do velhinho e começaram a discutir. Uma dizia que era a autora da façanha, enquanto a outra gritava chamando a rival de mentirosa. A confusão começou a esquentar, e as duas senhoras começaram a se estapear.

Nesse momento, a cantora discretamente chamou seu Antônio de lado e contou quem era sua admiradora secreta. O homem abriu um sorriso e foi até Dona Matilde; os dois se abraçaram calorosamente, enquanto a briga continuava solta no meio do salão.
É, minha gente, a concorrência está acirrada até para a galera da terceira idade, e o seu Antônio, hein, pessoal??? Como já bem disse o Simonal: — “Mamãe passou açúcar em mim.”
Texto – Fernanda Morena. Outras histórias você encontra no MINUTO Serenata disponível no site: serenataecia.com.br e no YouTube.


Dia dos avós 26-07 – Memorias, afeto e muitas histórias

No mundo apressado de hoje, onde vínculos se tornam cada vez mais líquidos e descartáveis, os avós permanecem como pilares silenciosos da afetividade e da formação familiar. São eles que, com gestos simples e palavras lentas, moldam valores que nenhuma geração deveria esquecer: respeito, paciência, gratidão e amor sem condição.
Mais do que cuidadores, os avós são memória viva, afeto de raiz. Representam a ponte entre o passado e o futuro, e nos ensinam, sem alarde, que o tempo dedicado ao outro é a forma mais pura de amor. Num tempo em que quase tudo se tornou digital, seu valor está justamente no que não se pode clicar: presença.
É por isso que a serenata se torna o presente mais simbólico e verdadeiro. Porque ela resgata o toque humano, o olhar emocionado, a música que chega como abraço. Cantar para um avô ou uma avó é reconhecer, com sensibilidade, que eles são a história viva da família, e que ainda merecem ser celebrados com poesia, afeto e presença real.
Em um mundo que fala tanto e sente tão pouco, agradecer aos avós com uma serenata é, talvez, uma das formas mais sinceras de dizer: “vocês são o que há de mais eterno em nós”.
Pausa para um Quadrinho

