Há paisagens que repousam. E há outras que se movem, por dentro e por fora. Em Paisagens Movidas, Ana Procopiak convoca o olhar para um jogo de travessias: cromáticas, emocionais, digitais. O título já anuncia o movimento: não se trata da paisagem como fixidez ou captura, mas como deslocamento contínuo, como vibração. Como quem fotografa o vento.

Nesta exposição na Galeria Casa Luce, com curadoria de Edilene Guzzoni, os territórios tornam-se líquidos, entre pixels e pinceladas, ondas e ruídos, como se os lugares tivessem memória e os pixels, saudade. As imagens se embaralham em tramas que evocam não um lugar, mas um estado de espírito, um mapa afetivo em constante reconstrução.

Procopiak trabalha sobre um campo expandido da imagem, mesclando técnicas digitais e sensibilidade pictórica. Há algo de sonho difuso em suas composições, como se contemplássemos o mundo através da janela de um trem em movimento: onde tudo é paisagem e nada se fixa. O que vemos são rastros, ressonâncias, silhuetas de um mundo em devir.

A curadora Edilene Guzzoni pensou para esse encontro, não apenas uma exposição, mas uma conversa e café com os convidados da mostra. No dia 15 de julho na abertura, aconteceu um momento de escuta e partilha, na delicadeza do tempo estendido da arte. O cenário, a acolhedora Galeria Casa Luce, em Curitiba, com sua atmosfera entre luz natural, culinária caseira e afeto cotidiano, como se fosse uma visita a “casa de avó”.
Ana Procopiak nos oferece paisagens que se recusam ao óbvio, à repetição, ao clichê. São movimentos de ver, e também de se deixar ver. Porque essas imagens não apenas mostram, elas contam, evocam, desestabilizam. São geografias do sensível, onde o olhar encontra abrigo e inquietude.

Ana Procopiak, artista visual, designer e docente universitária com atuação em Curitiba, é graduada em Desenho Industrial (PUCPR), possui especialização em História da Arte (EMBAP) e é mestre em Comunicação e Linguagens (UTP). Seu percurso acadêmico, marcado por rigor conceitual, convive com uma curiosidade artesanal, uma tensão produtiva entre techné e poiesis, entre a lógica da técnica e o chamado da criação sensível.
No dia da abertura muitos convidados, a maioria artistas visuais, celebraram o trabalho de Ana. Destacamos algumas imagens da festa descontraída e afetuosa, entre muitos risos, conversas e claro, café com bolo:



Serviço:
Exposição Paisagens Movidas de Ana Procopiak
Em cartaz até o dia 28 de agosto.
Galeria Casa Luce – Rua Francisco Alves Guimarães, 369, Cristo-Rei – Curitiba/PR

Bel Liviski – Professora e Fotógrafa, é articulista e coeditora da Revista ContemporArtes desde 2009, e editora do TAK! Agenda Cultural Polônia Brasil.
