Erliando Felix da Silva
Orientadora: Maria Isabel de Abreu Souza
Resumo
O estudo aborda a temática do aluno negro surdo, mais precisamente sobre o seu ingresso e permanência no contexto do ensino superior. A metodologia utilizada foi teórica, de cunho bibliográfico, exploratório, explicativo e qualitativo, e por se tratar um estudo de natureza teórica, teve como base o Google Acadêmico. Ainda foram realizados dois levantamentos: um sobre o negro e outro sobre o surdo. E como conclusão dessa pesquisa, foi possível identificar que para os surdos o desafio maior é o da inclusão, posto que ainda é enraizada a obrigação do surdo em aprender Língua Portuguesa, quando na verdade o ideal é a escola bilíngue, e a Língua Brasileira de Sinais como sendo a principal. Em relação aos negros surdos, identifica-se a necessidade de lidarem com a dupla diferença: ora tratados com indiferença por serem negros, ora sofrendo preconceito, por serem surdos.
Palavras-chave: Preconceito; Universidades; Libras; Inclusão
Abstract
The study deals with the theme of the deaf black student, more precisely about his entry and permanence in the context of higher education. The methodology used was theoretical, bibliographical, exploratory, explanatory and qualitative. Two surveys were also carried out: one about black people and the other about the deaf. And as a conclusion of this research, it was possible to identify that for the deaf the biggest challenge is the inclusion, since it is still rooted in the obligation of the deaf to learn Portuguese, when in fact the ideal is a bilingual school, and the Brazilian Sign Language as the main one. In relation to deaf blacks, the need to deal with the double difference is identified: sometimes treated with indifference for being black, sometimes suffering prejudice for being deaf.
Keywords: Prejudice; Universities; Libras; Inclusion
Introdução
É acertado afirmar que a Carta Magna (Brasil, 1988) em seu teor estabelece diversos direitos para os cidadãos, incluído neste contexto o direito à educação. Trata-se de um documento que, ao menos na sua teoria, não se caracteriza por ser excludente, posto que toda e qualquer pessoa, independentemente da sua condição, credo, raça ou qualquer outro aspecto, deve usufruir de tal direito. Isto abarca, inclusive, as pessoas privadas de liberdade nos termos da sua respectiva legislação específica (Brasil, 1984).
A temática da educação inclusiva no Brasil ainda carece de um aprofundamento no que se refere ao debate de suas principais temáticas. Araripe (2012) relata que esta vertente educacional se caracteriza pela sua complexidade, posto que de um lado há a questão da universalização do acesso a educação, direito assegurado pela Carta Magna (Brasil, 1988). De outro lado, há todas as lacunas de natureza pedagógica e estrutural das escolas para receber alunos com necessidades especiais de aprendizagem. (Anjos, Andrade & Pereira, 2009; Bazon, 2009; Araripe, 2012; Dias & Moreira, 2020).
No que tange a educação voltada para surdos, uma das principais dificuldades encontradas pelos educadores diz respeito ao aspecto comunicacional entre o docente e os estudantes que possuem esta condição diferenciada. No entender de Mallmann, Conto, Bagarollo e França (2014), por mais que haja o esforço das instituições escolares em incluir alunos surdos em suas turmas, a questão da comunicação se torna um óbice para que este estudante consiga o êxito desejado com relação a aprendizagem dos conteúdos disseminados em sala de aula.
Todavia, somente assegurar o acesso do indivíduo ao sistema educacional é apenas o primeiro de muitos passos necessários para que seja possível formar sujeitos aptos a colaborar com suas respectivas comunidades (Andrade, 2016; Berbel, 2012). Dentre estes grupos, pode-se mencionar a comunidade negra, bem como a comunidade surda. Trata-se de dois agrupamentos humanos que apesar da existência de avanços no que se refere ao acesso à educação, ainda enfrentam muitos desafios até concluírem seus cursos e assim buscarem melhores formas de inserção na sociedade. Diante deste contexto, esta produção textual traz uma abordagem teórica sobre os desafios enfrentados por estas duas classes na sociedade hodierna, mais precisamente na seara da educação superior.
O estudo tem por objetivo geral abordar sobre os novos desafios acadêmicos enfrentados pelo aluno negro surdo frente à dupla diferença. É oportuno esclarecer que a intenção do estudo não é ser um fim em si mesmo, mas sim representar o ponto de partida para que pesquisas de cunho teórico-empírico possam ser realizadas tanto com enfoque nos negros como também nos surdos e suas lutas e vivências no campo da educação. Quando se menciona aqui o termo “educação”, faz-se referência tanto ao ingresso no ensino superior como também nos programas de pós-graduação.
A realização deste estudo é justificável por duas razões. A primeira delas é de natureza teórica e visa colaborar com a escassa literatura que trata sobre o negro surdo no Brasil. Embora existam pesquisas, como, por exemplo, as de autoria de Furtado (2012), Rocha (2009), Gomes (2017), Lopes (2020), Espínola (2021), Oliveira e Santos (2021) e Negrini (2021), nota-se que há mais estudos que abordam as temáticas atinentes a educação numa perspectiva separada, focando ora nos negros, ora nos surdos. Ainda são poucos os estudos que versam sobre as características e, principalmente, as dificuldades enfrentadas pelos negros surdos na sociedade contemporânea, mais precisamente na sua trajetória acadêmica.
Por sua vez, a segunda razão que encorajou o estudo diz respeito as mudanças significativas pelas quais o mundo e, por conseguinte, a educação vem passando. Boa parte destas alterações acabou sendo potencializada pela pandemia do novo Coronavírus (Gama Neto, 2020). O contexto pandêmico da Covid-19 acabou tornando evidente a existência de muitas fragilidades do sistema educacional brasileiro. Neste sentido, para o que se pode chamar de período pós-pandemia, é necessário que sejam discutidas formas mais consistentes de inclusão tanto dos negros como dos surdos, seja nas universidades, seja nos programas de pós-graduação lato e stricto sensu. Entende-se que o progresso tanto dos surdos como dos negros em sua trajetória acadêmica representa a oportunidade da formação de cidadãos autônomos, participativos, engajados e aptos a fazerem suas leituras de mundo com um olhar crítico sobre a realidade (Andrade, 2016; Berbel, 2012).
Procedimentos Metodológicos
A abordagem do presente construto textual é teórica e introdutória. Por este motivo, pode-se afirmar que a pesquisa bibliográfica representa um dos esteios de sustentação da pesquisa. Neste diapasão, os estudos de Gil (2019), mostram que os estudos bibliográficos são aqueles em que o pesquisador efetua consultas junto a materiais científicos que já versaram anteriormente sobre as suas respectivas temáticas de pesquisa. Para que esta busca fosse efetuada, foi necessária a realização de levantamentos na base de dados Google Acadêmico. Silva & Nascimento-e-Silva (2020) esclarecem que as bases de dados são locais recomendados pela ciência, nos quais é possível se efetuar pesquisas com vistas a procurar respostas para as indagações de pesquisa, as quais também podem ser chamadas de problema de pesquisa.
Dada a escassez de estudos que tenham como cerne temático o negro surdo na educação superior brasileira, pode-se considerar que o presente estudo se enquadra na categoria de pesquisa exploratória. No entender de Gil (2019), este tipo de estudo é congruente nos casos em que há pouco material publicado sobre uma determinada temática, o que justifica a realização de mais pesquisas com o intuito de gerar mais conhecimentos sobre o assunto destacado na investigação científica. Este texto também consiste num estudo do tipo explicativo, posto que segundo Gil (2019), nesta categoria de pesquisa o autor busca elencar as razões que corroboram para que um dado fenômeno se manifeste. No caso específico deste estudo, buscou-se identificar os desafios acadêmicos enfrentados pelos negros surdos na sua trajetória acadêmica, mais precisamente no ensino superior e demais fases subsequentes.
O estudo no que tange a sua natureza é de cunho qualitativo. Para Minayo (2013), este tipo de pesquisa se caracteriza pelo esforço do pesquisador em buscar entender as realidades sociais nas quais os fenômenos acontecem. No entender de Ribas e Olivo (2016), os estudos de natureza indutiva consideram as realidades descritas em contextos mais específicos e as expandem para panoramas mais genéricos. É oportuno esclarecer que diante de sua natureza teórica, em nenhum momento no desenvolvimento deste estudo ocorreu a realização de entrevistas, aplicação de questionários ou qualquer outro procedimento que envolva pesquisa com seres humanos, posto que este tipo de investigação demanda o respeito a procedimentos éticos de pesquisa (Brasil, 2016).
Nascimento-e-Silva (2012) e Silva e Nascimento-e-Silva (2020) esclarecem que as bases de dados são os locais recomendados pela ciência para se buscar as respostas para as questões norteadoras de pesquisa. Lukosevicius (2018) atribui outra nomenclatura para estas indagações, chamando-as de problema
O que se espera é que a partir deste estudo, outras produções com a temática do negro surdo possam ser realizadas, posto que o Brasil possui dimensões continentais e cada estado possui uma realidade específica a ser descrita para fins de contextualização de estudos futuros.
Este artigo foi organizado em capítulos, iniciando-se com “A realidade e os desafios dos negros na sociedade e na educação”, apresentando dados de estudos acerca do tema. Em seguida, o capítulo 2: “A realidade e os desafios dos surdos na sociedade e na educação”, conceitua o ensino bilíngue que, por lei, deve ser proporcionado aos estudantes surdos, desde o início do processo de ensino. Na sequência, o capítulo 3: “A realidade e os desafios dos negros surdos na sociedade e na educação” aborda estudos relacionados à dupla diferença. O quarto capítulo “O negro surdo consoante a literatura científica” traz a abordagem de alguns pesquisadores e constata a existência de poucos estudos na área e, por fim, as Considerações Finais.
1. A realidade e os desafios dos negros na sociedade e na educação
A abordagem sobre os problemas e desafios enfrentados pela comunidade negra nem sempre é feita de forma correta, posto que este grupo social sofre com o preconceito racial que ainda persiste na sociedade contemporânea. Esta é uma situação que sempre existiu, inclusive de forma mais aguda em épocas passadas. Isso é afirmado pelo estudo de Adorno (1996), o qual diz que em épocas passadas os negros eram muito malvistos na sociedade, pois a eles eram atribuídos adjetivos pejorativos e ofensivos, tais como: desordeiros e arruaceiros. Além disso, Adorno (1996) relata que em comparação com os delinquentes brancos, as pessoas negras que são presas ou que vão a julgamento por seus crimes, acabam sofrendo com estigmas e rótulos de ladrão ou de bandido, numa intensidade muito maior se comparada com os infratores brancos.
Esta questão do racismo é resultante da própria configuração da sociedade, a qual vê nos negros uma raça inferior ou de pouco valor. No entender de Almeida (2019), o racismo pode se apresentar das seguintes formas:
– Individualista: concepção racista na qual a sociedade julga com desdém os comportamentos e atitudes dos negros;
– Institucional: este tipo de racismo se dá pela própria concepção das regras e normas que regem o funcionamento das instituições, as quais de forma explícita ou implícita acabam não tornando fácil a inserção das minorias, dentre as quais, os representantes da comunidade negra, e;
– Estrutural: é a percepção mais ampla do racismo, posto que se as pessoas e as instituições são racistas, automaticamente a sociedade é racista.
Por esta razão, uma das principais lutas da comunidade negra diz respeito a sua representatividade. Um dos espaços em que isto pode ser trabalhado é na seara da educação. Entretanto, a questão da universalização da educação é apenas um primeiro passo para a consolidação da formação para a cidadania (Andrade, 2016). É preciso que além do acesso, o estudante negro possa progredir em seu itinerário formativo, conclua seu respectivo curso e possa buscar melhores formas de inserção na sociedade.
1.1. Dados de estudos relevantes sobre a temática do ingresso de negros no ensino superior
Num estudo feito por Silva e Valentim (2021), o enfoque de pesquisa se deu tendo como cerne os estudantes negros do curso de Engenharia de uma instituição que integra a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Brasil, 2008) do estado de Minas Gerais. A intenção deste estudo de Silva e Valentim (2021) foi averiguar se o acesso ao mercado de trabalho para os egressos negros deste curso de Engenharia se dava no mesmo patamar dos estudantes brancos. Todavia, o que se percebeu no decurso da prática de pesquisa foram os seguintes resultados neste estudo de Silva e Valentim (2021): a) engenheiros negros possuem mais dificuldade de ingressar no mercado de trabalho; b) esta dificuldade ainda é maior se o engenheiro formado for negro e de baixa renda.
Numa linha de raciocínio parecida, o estudo feito por Coelho (2017) também se debruçou sobre esta questão do exercício profissional de egressos após concluírem uma graduação. Todavia, diferentemente do que se viu no estudo de Silva e Valentim (2021), a área de formação analisada foi a da Geografia. O intuito do estudo de Coelho (2017) foi verificar o perfil dos egressos de um curso de licenciatura no campo da Geografia. Dentre os principais resultados deste estudo empreendido por Coelho (2017), pode-se elencar os seguintes fatos: a) 34% dos licenciados não chegaram a exercer a docência; b) 23% dos alunos acabaram se evadindo da licenciatura; c) 48% dos egressos estavam atuando no magistério em Geografia; d) considerando a população total partícipe do estudo, 55% dela é constituída por negros e pardos. Além destes dados mais gerais, Coelho (2017) descreve que 69,9% dos egressos negros teve que trabalhar durante a graduação para custear os estudos, predominantemente em cursos noturnos.
Outro estudo cujo destaque é pertinente é o da autoria de Espínola (2021), o qual buscou investigar sobre a trajetória de cotistas egressos em cursos de graduação da Universidade Federal da Grande Dourados. Dentre as contribuições teóricas trazidas por Espínola, destaca-se a Lei n° 12.771 (Brasil, 2012), cujo teor expressa a questão da reserva de 50% das vagas tanto em universidades como também nos institutos federais, vagas estas destinadas a estudantes vindos de escolas públicas. Consoante a referida legislação, parte deste percentual é destinado para os seguintes grupos: a) pretos; b) pardos; c) pessoas com deficiência, e; d) indígenas (Brasil, 2012).
No caso deste estudo de Espínola (2021), os resultados demonstraram o impacto positivo da educação superior e da política social das cotas para os partícipes do estudo, os quais representam amostragens de 3 turmas de egressos da Universidade Federal da Grande Dourados. Estes resultados se mostram conexos com o estudo feito por Nascimento (2004), o qual diz que a questão das cotas para negros na realidade é uma forma de se reparar a inegável dívida histórica que a sociedade possui para com os negros, situação está que tem na violência física e na tortura de escravos um dos seus exemplos mais emblemáticos. Para Espínola (2021), as cotas para negros representam não somente a oportunidade do acesso à educação superior, mas também a possibilidade de melhores inserções no mercado de trabalho e, por conseguinte, a inserção social e melhora no patamar da renda familiar.
Outro estudo cujo destaque é oportuno, diz respeito a pesquisa de Paula (2017), a qual fez um levantamento junto a 5 egressos negros da Faculdade Zumbi dos Palmares, curso de Administração. Dentre os resultados obtidos por Paula (2017) na sua trajetória de pesquisa, destaca-se o fato de que os partícipes do estudo relatarem que não frequentaram as melhores escolas em seu itinerário básico de formação, mas a oportunidade de cursar uma graduação permitiu o acesso ao mercado de trabalho. Além disso, no que se refere ao histórico familiar dos 5 participantes, somente um deles afirmou que seus pais cursaram o ensino superior.
Neste sentido, Paula (2017) pode criar um perfil socioeconômico que se enquadra a pelo menos 4 dos 5 partícipes de sua pesquisa: a) famílias com baixo grau de escolaridade; b) o acesso ao ensino superior permitiu aos egressos obterem melhores condições de vida. Reitera-se neste sentido o papel da legislação que permite esta reserva de vagas nas faculdades públicas para alunos oriundos de escolas públicas (Brasil, 2012). Este é o tipo de iniciativa que além de buscar reparar desigualdades históricas que por séculos permearam a realidade social brasileira, abre caminho para a formação de alunos sob a égide da cidadania (Andrade, 2016).
2.A realidade e os desafios dos surdos na sociedade e na educação
Consoante Garruti-Lourenço e Coelho (2021), a temática da educação inclusiva no Brasil é relativamente recente, posto que a partir da década dos anos 1980 até o presente, a redemocratização do Brasil por meio de sua constituição vigente (Brasil, 1988) fez com que as escolas precisassem garantir o acesso à educação ao maior número possível de cidadãos. Neste bojo, a chegada de alunos com necessidades educativas especiais nas escolas representa até hoje um grande desafio de natureza curricular, pedagógica e estrutural, sobretudo naquelas de educação pública básica.
Pode-se dizer que o desenvolvimento de um ensino que reconheça a potencialidade cognitiva dos surdos (Portella et al., 2021) é algo desafiador na realidade conjuntural brasileira. As escolas se veem diante da árdua missão de oferecerem aos estudantes surdos condições de prosseguir com o seu itinerário formativo com vistas ao aprendizado dos conteúdos e, por conseguinte, o exercício da cidadania (Brasil, 2008; Garruti-Lourenço & Coelho, 2021). Isto exige não somente a preparação dos docentes para saber lidar e ensinar os alunos surdos, mas também suscita a adequação das práticas educativas e da infraestrutura da escola.
Zabala (1998) diz que as práticas educativas desenvolvidas no espaço escolar devem fazer sentido para o professor e formar as bases necessárias para a formação cidadã. Silva (2019) esclarece que infraestrutura é tudo aquilo que é utilizado para que algo ou alguma coisa seja produzido com adequação. No caso da escola, não somente os espaços físicos, mas também as tecnologias e todos os recursos necessários ao desenvolvimento do trabalho docente integram a infraestrutura necessária para a prática de uma educação de viés inclusivo.
Considerando o Decreto nº 5.626/2005, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002 (Lei de Libras), que em seu capítulo VI garante o direito a educação das pessoas surdas, é prevista a organização de escolas e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngues, desde a educação infantil até o ensino profissional, perpassando por todas as demais etapas do ensino.
Para a compreensão da temática em destaque no presente estudo, é de bom tom entender o que significa a educação bilingue no universo do aluno surdo. Consoante Brasil (1996; 2008), a presença de estudantes surdos nas escolas deve ser devidamente apoiada tanto pela língua de Sinais, conhecida no Brasil como Libras, bem como, a Língua Portuguesa, sendo que este atendimento ao aluno surdo exige o trabalho e a dedicação, tanto de um intérprete que possa acompanhar o estudante durante todo o processo educacional, como também de um professor que domine Libras. Esta forma de lidar com o alunado surdo visa não somente tornar mais profícua a questão da inclusão deste público na seara das escolas como também visa aprimorar a questão do próprio processo de ensino e aprendizagem destas pessoas. Mas nem sempre esta determinação legal e as demais políticas pertinentes a educação bilingue acontecem na prática.
No contexto da educação para surdos, o fato de existir a possibilidade de comunicação por meio do uso da língua de sinais (Libras) nem sempre costuma ser aproveitada por todos os professores no ambiente escolar. Isto é comprovado pelo estudo feito por Dias, Neves e Silva (2021), o qual foi realizado em dois colégios públicos de Belo Horizonte, onde as principais características detectadas com relação ao acolhimento dos alunos surdos foram: a) o trabalho é feito tendo como resultado esperado a adaptação do estudante surdo ao meio que o rodeia; b) o uso de Libras é feito apenas nas aulas de Língua Portuguesa; c) o processo identitário do aluno surdo é deficitário. Isto não somente reforça o caráter complexo da educação inclusiva visto em Araripe (2012) como também suscita o repensar das práticas pedagógicas voltadas para este alunado, dadas as suas condições diferenciadas que exigem práticas inovadoras e adequadas de ensino na escola.
Dentre as razões que justificam o aprimoramento do uso da educação bilingue nas escolas, sobretudo aquelas atuantes na educação básica, se destaca o aspecto cultural atrelado a comunicação dos surdos. Pode-se considerar que é por meio de Libras que o surdo consegue estabelecer um contato mais producente com seus pares, principalmente outras pessoas surdas. Isto o faz se sentir parte de um mundo em que a maioria das pessoas utiliza somente a Língua Portuguesa para se expressar, seja pela escrita, seja pela oralidade. Assim, o grande desafio é tornar a Língua Portuguesa tão conhecida pelos surdos como é a Língua de Sinais (Fernandes & Moreira, 2014). Se, no caso das pessoas ditas como “normais” ou sem deficiência, a língua mater é o Português, sendo a Libras um conhecimento adicional, no campo dos surdos a lógica é inversa, com a Libras sendo o meio mais conhecido de se estabelecer interface com outras pessoas.
Vale ressaltar que, à medida que o estudante surdo progride no processo de aprendizagem há necessidade de que o intérprete de Libras que o acompanha esteja também preparado para lidar com a complexidade de conteúdos. No ensino superior, esse profissional, com proficiência precisa ainda lidar com termos técnicos relacionados à área de formação, que nem sempre lhe são familiares.
3. A realidade e os desafios dos negros surdos na sociedade e na educação
Se no caso dos negros um dos principais obstáculos a serem suplantados é o preconceito social, no caso dos surdos um dos desafios a serem vencidos é a questão da inclusão. Em regra, as escolas não se encontram preparadas para lidar com alunos com necessidades específicas de aprendizagem. Além dos episódios de preconceito e bullying, nota-se o estado deficitário das instituições escolares, tanto no que se refere ao aspecto estrutural como também pedagógico (Araripe, 2012; Bazon, 2009). Esta é uma realidade que também é percebida nas universidades brasileiras, com professores e demais profissionais envolvidos nos processos educacionais tendo dificuldade em lidar com a prática da educação inclusiva (Dias & Moreira, 2020).
3.1 Estudos relevantes acerca das questões educacionais do negro surdo
Neste diapasão, é conveniente destacar um estudo feito por Mateus (2018), o qual se dedicou a investigar sobre a permanência de alunos indígenas e surdos no ensino superior. Este estudo não foi feito com pessoas, mas sim por meio da investigação do estado da arte sobre esta temática a partir do ano de 2002, ano em que foi promulgada a Lei que reconhece a Língua Brasileira de Sinais para fins de comunicação com os surdos (Brasil, 2002). No que se refere aos seus resultados, constatou-se que a pesquisa de Mateus (2018) chama a atenção para que as universidades passem a reconhecer a diversidade linguística não somente de indígenas como também de pessoas surdas. No caso específico dos surdos, a disseminação da língua de sinais é uma estratégia a ser adotada pelas universidades brasileiras com vistas a facilitar a comunicação com este alunado.
A prática da disseminação da Língua Brasileira de Sinais pode se fazer presente tanto no âmbito interno das universidades como também em cursos de extensão. Oliveira (2019) relata que é por meio das práticas extensionistas que as universidades podem produzir e compartilhar saberes junto a sua respectiva comunidade externa. Esta é uma realidade retratada no estudo feito por Paiva (2017), o qual teve como cerne temático a inclusão de alunos surdos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mais precisamente num curso de Licenciatura em Letras-Libras/Língua Portuguesa como Segunda Língua. Com relação aos seus resultados, este estudo de Paiva (2017) constatou os seguintes fatos: a) necessidade de reorganização das disciplinas do curso; b) inclusão do ensino de Libras nos Projetos Político-Pedagógicos de Cursos (PPCs) dos cursos de Língua Portuguesa; c) robustecimento das ações extensionistas, mais precisamente aquelas vinculadas a oferta do curso de Libras. Assim, pode-se considerar que, ao menos nesta universidade, a inclusão dos alunos surdos é uma realidade, mas é preciso que os aprimoramentos descritos sejam feitos com vistas a tornar ainda mais assertiva esta inclusão.
Outro estudo que destaca a questão da inclusão dos surdos no contexto universitário é o da autoria de Gomes (2017), o qual buscou investigar sobre como se dá este processo, tendo como local de pesquisa os cursos do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de Sergipe – UFS. Os dados foram coletados junto a um grupo de alunos surdos da referida universidade com o auxílio de entrevista semiestruturada (Prodanov & Freitas, 2013). Dentre os principais resultados alcançados por Gomes (2017) em seu estudo, pode-se destacar: a) a necessidade do fortalecimento da escola bilíngue (Língua Portuguesa e Libras); b) a inversão da obrigação de que todo surdo deve aprender Português, posto que se isso é verdade, igualmente toda pessoa ouvinte também deveria aprender Libras; c) a necessidade da expansão dos estudos sobre inclusão de surdos nas universidades, inclusive em faculdades e centros universitários privados, e; d) a necessidade de se ouvir a população surda das faculdades com vistas a aprimorar as iniciativas de inclusão.
O estudo feito por Krebs (2017) destacou o papel da gestão educacional no que se refere ao processo de inclusão de alunos surdos nos institutos federais que integram a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Brasil, 2008). Para tanto, Krebs (2017) se dedicou a investigar as iniciativas voltadas para os alunos surdos no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e também do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Dentre os estudos até o momento descritos, este é o primeiro que destaca a relevância da gestão educacional no que tange a inclusão de alunos surdos. Cada uma destas instituições foi investigada tendo como base metodológica a pesquisa documental e aplicação de entrevistas junto a alunos surdos, intérpretes de Libras, professores e gestores (Krebs, 2017).
Consoante Tinti (2016), um dos problemas que impedem que este processo seja feito com mais qualidade diz respeito a falta de apoio da gestão escolar. Neste contexto, um dos papéis da gestão escolar diz respeito a questão do atendimento das necessidades das partes interessadas no êxito dos processos educacionais, incluídos neste contexto os alunos com deficiências. Infere-se que o sucesso das iniciativas de inclusão depende do gerenciamento profícuo dos recursos disponíveis, posto que esta é uma das funções precípuas da gestão aplicada a educação (Silva, 2019).
Os resultados do estudo de Krebs (2017), pode-se destacar alguns aspectos relevantes e que se mostram conexos ao presente artigo. São eles: a) as instituições utilizam o mapeamento de processos com vistas a divulgar ações voltadas para o ingresso e a permanência dos estudantes surdos; b) entretanto, a divulgação destas iniciativas não é tão maciça como deveria, carecendo de reforço; c) percebeu-se a necessidade do reconhecimento da diversidade linguística dos surdos no contexto das universidades, e; d) o estudo conclui que o fortalecimento das ações de inclusão de alunos surdos passa por institucionalização das diretrizes que normatizam as práticas inclusivas, devendo haver o acompanhamento do estudante surdo desde o seu ingresso na universidade até a sua inserção no mundo do trabalho.
No que tange a questão da educação voltada para surdos, é válido destacar o trabalho da autoria de Rocha (2009), a qual versa sobre a história da educação de surdos no Brasil. O cerne desta tese diz respeito a uma possível falta de diálogo da educação para surdos tanto com as políticas nacionais de inclusão como também o próprio sistema regular de ensino. No entender de Rocha (2009), o que existe na realidade não é necessariamente uma falta de diálogo, mas sim de pesquisas que possam versar sobre a necessidade da interação entre educação para surdos e educação para pessoas sem deficiência.
Neste sentido, Moda (2017) sugere o uso da linguagem imagética para a forma como os conteúdos de Ciências são ensinados ao alunado surdo seja ressignificada. Assim, ao invés dos padrões ultrapassados do ensino tradicional (Saviani, 2009), o estudo de Moda (2017) convida a comunidade docente e acadêmica a fazer uma reflexão a respeito da forma como o aprendizado é estimulado na cultura surda, por meio da linguagem viso-espacial. Nesta perspectiva, a língua que o surdo usa para se comunicar também precisa ser a sua via de acesso aos conhecimentos científicos, despertando nestes estudantes o interesse por aprender e assim progredir em seu itinerário formativo.
Outro estudo cujo destaque é pertinente é o que foi empreendido por Silva (2018), o qual trouxe como temática central as perspectivas para o ensino de Libras/Português escrito na educação bilingue básica. O público participante desta pesquisa foi formado por intérpretes de Libras e professores, os quais fazem parte de um grupo de trabalho (GT), espaço este utilizado para o compartilhamento de experiências e de inquietações atinentes as práticas pedagógicas na educação bilingue. Os professores e intérpretes do estudo de Silva (2018) são atuantes no estado de Goiás, região Centro Oeste do Brasil.
Silva (2018) concluiu em seu estudo que tanto os surdos como os ouvintes são pessoas com necessidades diferentes, o que lhes confere singularidade. Nesta perspectiva, o reconhecimento desta diferença precisa ser levado em conta por docentes e intérpretes, uma vez que apenas a escolha dos métodos e dos recursos didáticos não se mostra suficiente para assegurar a estes dois públicos distintos uma educação de qualidade. Isto significa não apenas preparar melhor os docentes para o exercício de suas práticas pedagógicas, mas também compreender os meandros da cultura surda, tal qual como fora proposto em Moda (2017) para o aprimoramento da educação bilingue nas escolas da educação básica.
Destaca-se o estudo produzido por Demambro (2019), que teve como sustentáculo temático a Língua Portuguesa agregada como uma língua adicional para alunos surdos. Este tema foi desenvolvido sob a égide do multiletramento e da construção dos currículos voltados para a educação de surdos. Com vistas a facilitar o uso da Língua Portuguesa para surdos, foi desenvolvida uma atividade para este público-alvo tendo como recurso didático o Whats App (Silva, Martins & Nascimento-e-Silva, 2020). Demambro (2019) denominou a atividade como “Ler e comentar temas de interesse no Whats App” e a aplicou junto a estudantes surdos do 9° ano da educação básica da cidade de São Paulo.
Os resultados do estudo de Demambro (2019) não somente demonstraram a boa aceitação da proposta da atividade para surdos como também suscitou reflexões a respeito das práticas pedagógicas até o momento utilizadas com este tipo de alunado. A prática desta atividade estimula a comunicação por meio da escrita, o pensamento crítico, a exteriorização de pensamentos, a socialização, dentre outros aspectos positivos. Estes são aspectos positivos e necessários para o desenvolvimento do aprendizado dos surdos numa perspectiva não somente inclusiva, mas também cidadã (Lopes Filho, 2021).
4. O negro surdo consoante a literatura científica
Este trecho do estudo se dedica a descrever as obras presentes na literatura científica que versam sobre a temática do negro surdo. Uma destas obras é da autoria de Furtado (2012), a qual teve como intuito falar sobre os negros surdos na contemporaneidade. Por meio de relatos coletados junto a alunos de um curso de Licenciatura em Letras-Libras, Furtado (2012) traz à baila situações em que os negros surdos afirmam terem passado por situações de discriminação por serem duplamente diferentes: negros e surdos. Assim, o desafio destes sujeitos é lidar com a dupla diferença: ora são tratados com desdém ou indiferença por serem negros e ora são vistos com olhares preconceituosos por serem surdos.
O estudo de Santos (2018) teve como foco a questão dos negros surdos em cursos de graduação, mais precisamente o curso de Letras/Libras. Este estudo traz um dado que é oportuno para os fins desta construção textual: a partir da promulgação da Lei n° 5.626 (Brasil, 2005), percebeu-se um acréscimo de 705% no acesso de alunos surdos no ensino superior. Consoante Santos (2018), a elevação na quantidade de matrículas da comunidade negra e surda em cursos de graduação se deu por conta da já referida Lei n° 12.711, a qual trata sobre as cotas para negros, deficientes e demais públicos com vistas a sua inclusão (Brasil, 2012). O estudo de Santos (2018) conclui que há a necessidade de se produzir mais pesquisas focalizadas em compreender os desafios da inserção dos negros surdos na sociedade, mais precisamente, no ensino superior brasileiro.
A pesquisa de Veodato (2015) teve como cerne de investigação a questão das relações entre surdez e condições de gênero e raça de alunos surdos na educação básica do estado do Paraná. Como principais resultados de seu estudo, Veodato (2015) traz as seguintes constatações: a) o acesso e a permanência de alunos surdos não são impactados somente pela condição de surdez, mas também pela raça ou gênero; b) a escolarização do aluno surdo branco é mais facilitada quando comparada com a do negro surdo, e; c) o processo de inclusão e permanência da pessoa surda já é por si só complexa, mas quando esta questão da surdez é associada a raça do sujeito, mais precisamente a sua negritude, tal complexidade se mostra ainda mais potencializada.
O estudo de Oliveira e Santos (2021) sumariza o que já fora dito no início do artigo: há poucas pesquisas voltadas para falar sobre esta dupla diferença atribuída aos negros surdos. Estes resultados demonstrados por Veodato (2015) permitem constatar que em pleno século XXI ainda há pessoas sendo julgadas, em algumas ocasiões de forma severa, por sua cor, ou ainda, por sua condição social ou física. Tal cenário lamentável reforça a necessidade da existência de políticas públicas de inclusão com vistas a oportunizar aos negros, aos surdos e demais públicos que carecem de mais oportunidade a sua inserção social não somente no que tange a educação, mas também a saúde, a moradia e aos demais direitos expressos na Carta Magna (Brasil, 1988).
Considerações Finais
O presente estudo abordou sobre o aluno negro surdo e os desafios por ele enfrentados no contexto acadêmico frente à dupla diferença. Constata-se que apesar de ainda haver muito o que se conquistar no que se refere a construção de uma sociedade mais justa socialmente, as legislações que foram feitas com vistas a atender aos negros, surdos e demais públicos para os quais não há tantas oportunidades de inserção social exercem um papel fundamental para que estes cidadãos possam usufruir de melhores formas de inserção social. A educação representa a viga mestra deste processo, sem a qual nem os negros, nem os indígenas, nem os deficientes ou ainda as pessoas de baixa renda conseguem ascender socialmente.
A educação inclusiva em seu bojo é paradoxal, pois, se de um lado existem legislações que defendem a inclusão de surdos e demais alunos (deficientes intelectuais, deficientes visuais, etc) em condição especial, por outro, há as lacunas presentes nas escolas, o que torna o acolhimento destes alunos algo carente de melhorias.
As pesquisas averiguadas já demonstram temáticas interessantes, as quais auxiliam no robustecimento da temática da educação para surdos. É necessário destacar o vazio teórico pertinente a Região Nordeste, a qual pode gerar por meio de estudos realizados, conteúdos valiosos para fortalecer o estado da arte atinente a educação inclusiva para surdos no Brasil.
Reitera-se a questão da escassez de pesquisas que tratem sobre o aluno negro surdo, mais precisamente sobre as suas condições de acesso e permanência na universidade e posterior ingresso no mercado de trabalho. Numa primeira leitura, isto pode parecer um problema, mas na realidade representa uma oportunidade de se trabalhar esta temática considerando as múltiplas realidades que podem ser descritas no decursos destas pesquisa futuras. Aspectos como: o duplo preconceito, as dificuldades na trajetória acadêmica, os percalços enfrentados no decurso da graduação e o perfil socioeconômico do aluno negro surdo, precisam ser destacados com vistas a trazer ao campo do debate esta realidade.
Conforme fora sugerido em Moda (2021), é preciso que as escolas comecem a repensar a forma como os conteúdos são ensinados aos surdos, posto que eles possuem uma interpretação viso-espcial da realidade. Neste sentido, os signos e a abordagem imagética pode ser uma alternativa interessante para estimular o aprendizado neste tipo específico de alunado. A forma como o surdo aprende, carece de reforço na educação básica, a qual ainda está em processo de evolução no entendimento e prática da educação inclusiva.
Este estudo representa um esforço singelo no sentido de estimular mais pesquisas voltadas a esta temática. Para estudos futuros, sugere-se um estudo bibliométrico sobre alunos surdos no ensino superior brasileiro.
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