Amores em Degradê: Roda de Conversa com a poeta Elciana Goedert

Qual é o tom do seu amor? Se nem o mesmo amor possui o mesmo o tom ao longo de sua existência, seja ela efêmera ou duradoura, o que se pode dizer de nós, seres nem sempre monocromáticos, sobre os tons de todos os amores que vivemos, tão diversos como eles são em sua própria natureza?(Ana Luzia Oliveira*)

Em um frio domingo de agosto, aconteceu um caloroso encontro de poetas e escritores, na Feira do Poeta em Curitiba. A anfitriã Elciana Goedert, esteve conversando com os convidados sobre seu mais recente trabalho: Amores em degradê. Esta obra poética, editada pela Bem Cultural Editora, foi lançada no dia 22 de junho, na Biblioteca Pública do Paraná.

Elciana falou sobre o processo de criação de seu livro, explicando a organização dos poemas em várias partes, mostrando que cada uma delas está relacionada a um tipo de amor presente na vida do ser humano, inclusive o desamor, o sentimento contrário ao AMOR, que na obra está poeticamente ilustrado em vários tons.

Na sequência, a poeta Elciana Goedert também convidou para uma roda de leitura dos poemas do seu livro Amores em degradê, dentre os quais participaram: Angelita Alves (ilustradora e quadrinista, criadora da personagem Fridita), Izabel Liviski (professora e fotógrafa), Carla Ramos (escritora), Clara Muniz (esposa do falecido escritor Carlos Eduardo Muniz), Jorge Paulo Koury (escritor), Rosa Leme (poeta), RoseMeire dos Reis (escritora), Sonia Cardoso (poeta e escritora) e de Sueli Nunes (coordenadora da Feira do Poeta), entre outros.

No evento também foram entregues algumas medalhas aos talentos poéticos indicados no ano de 2020 e 2021 pelo projeto Poetizar o Mundo, em nome de Isabel Furini para Elciana Goedert, Carla Ramos, Maria Teresa Marins Freire, Carlos Eduardo Muniz (In memoriam, entregue para sua esposa, Clara) e Izabel Liviski.

Para a também poeta e escritora Isabel Furini*, “Amores em degradê”, o novo livro de Elciana Goedert, poetiza as várias faces do amor. Poetiza a paixão, o erotismo, a sensualidade… também aborda o amor ao próximo, o amor à natureza, e não falta o romantismo, pois a autora confessa: “A beira-mar, ao redor de uma fogueira, com alguém especial que também me queira (…)”.

A obra de Elciana extravasa emoções e lembranças, se afastando do artifício e da construção sofisticada. Mas nos atrai pelo tom íntimo, quase confessional, no qual podemos perceber o perfil de um autorretrato amoroso da autora, e aquele velho desejo “de amar e de ser amado”, que talvez seja o único desejo autêntico que perdura durante toda a vida. Pois todas as conquistas podem ser transformadas em cinzas: o trabalho, o status, as honrarias, e até o ouro acumulado. Porém o amor, o desejo de amar e de ser amado, são sentimentos análogos à Ave Fênix que renasce das cinzas.

Ora é o amor calmo e transparente que se apresenta no livro, e em outro instante observamos o amor transformado em expressão instintiva, quase selvagem. Ora está retratado em momentos de alegria e de paixão, e logo mais está presente com a desilusão e a tristeza.

A obra está dividida em onze partes: O amor e suas expectativas; O amor e a decepção; O amor e o desejo, O amor incondicional, O amor próprio; O Amor eterno: saudade; O desamor; O amor ao próximo; O amor à palavra; O amor à natureza e O Amor espiritual. São diferentes maneiras de expressão desse ser imaterial chamado Amor, que às vezes se apresenta de maneira doce e gentil, e em outras vezes, de maneira insolente.

O novo livro de Elciana Goedert é ao mesmo tempo lúdico e profundo. Chama a atenção sobre o sentimento humano, sua força e sua beleza. Terminada a leitura da obra, podermos perceber uma pergunta tácita: qual seria o valor da vida humana sem a magia do amor?

*Isabel Furini – É autora de 35 obras, entre elas “Os Corvos de Van Gogh”. Coordenadora do Projeto Poetizar o Mundo. Seus poemas foram premiados no Brasil, Espanha, Portugal e Argentina.

Alguns poemas do livro Amores em Degradê:

PRESENTE

D’um abraço, criou-se laço

Firme, belo como enfeite

Frágil no início, parecia vício

Mostrou-se firme, sem ser nó

União que trouxe paz, deleite

Há reciprocidade, é verdade…

Nenhum deles será mais só.

(Capítulo: O amor e suas expectativas)

AUTOESTIMA II

Aqui vai um conselho:

Aprecie aquilo que vê

Não brigue com o espelho

Faça as pazes com você.

(Capítulo: O amor próprio)

*Ana Luzia Oliveira, é escritora e Terapeuta Sistêmica, autora dos livros “Legado” (Venas Abiertas/2021) e “ProfAna” (Margem/2021).

CONTATOS

Elciana Goedert – @elcianagoedert

Bem Cultural – @bemculturaleditora

Projeto Poetizar o Mundo (Isabel Furini) – @isabel.furini

Feira do Poeta – Sueli Nunes: 3321-3241

FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA – Rua Eng. Rebouças, 1732 | 80230-040 – Telefone: (41) 3213-7500

www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

Fotos do Evento:

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